Por Helder Oliveira
Uma dúvida comum entre meus clientes é se alguma obra de arte que está uma 'pechincha' em algum leilão online, ou que um conhecido ofereceu... aí, depois daquela euforia inicial, às vezes depois que já compraram a obra, eles me procuram com a questão: "Será que a obra que comprei é realmente uma obra de arte?".
Por conta disso, resolvi explicar algumas ações em que um perito pode ajudar como apoio para aquisições de boas obras de arte.
Começando uma coleção de arte
Não raro, um colecionador novo no mercado de artes, fica perdido em meio a tantas possibilidades de aquisição de obras de arte, de galerias de arte à antiquários, de leilões à feiras de arte. Quais os melhores caminhos para se escolher uma obra para adquirir.
Passo 1: Estude história da arte.
Conhecer história da arte minimamente é o primeiro passo para entender alguns dos aspectos que compõem a precificação de obras de arte. Ao estudar história da arte você vai aprender o que você gosta mais, o que você gosta menos. Sei claramente que arte é também investimento, mas para começar, é bom aprender o que se gosta, pois é um bom caminho para nortear as suas compras iniciais, como vamos esclarecer mais à frente. Estudar história da arte lhe dá noção de períodos, características dos artistas, intenções e significados de obras de arte etc.
Onde estudar história da arte?
Diversos museus de arte possuem ótimos cursos de história da arte. Caso você viva em uma cidade ou região que não tenha acesso fácil a estes cursos, há cursos online, e mesmo o recurso de professores particulares. Para quem está muito no início e que está muito inseguro, há cursos que são gratuitos como da Khan Academy e da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo). Se você dominar inglês, aí você pode ampliar suas possibilidades, pois pode fazer cursos em diversas universidades internacionais como esse da Universidade de Harvard (sobre as pirâmides de Gizé e arqueologia), ou mesmo em instituições como a Christie's e Sotheby's que além de cursos de História da Arte, possuem também cursos sobre mercado da arte (estes são cursos pagos).
Passo 2: frequentar obras de arte
Frequentar obras de arte é prática fundamental para complementar os estudos de história da arte. Podemos estudar tudo e muito mais, mas nada substitui a relação direta com as obras de arte. Ver e compreender uma pincelada de uma pintura, o modelado de um tridimensional, a construção de espaço de um site specific, a construção de luz e sombra de uma fotografia, o traço de um desenho, os vazios e preenchidos de uma gravura, são experiências que só podem ser plenas frente à obra.
Onde frequentar obras de arte?
Museus são, sem dúvida, os melhores lugares para se contemplar obras de arte. Em um mundo de correria e falta de tempo, eles são um respiro onde podemos nos dedicar a contemplação estética. Vá a museus variados, com posturas e intenções diferentes. Por exemplo, em São Paulo, dá para ir ao Museu de Arte de São Paulo (MASP), a Pinacoteca do Estado, ao Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC USP), ao Museu de Arte Moderna (MAM SP), ao Museu de Arte Sacra, e cada um deles terá uma maneira de olhar e mostrar diferentes tipos de arte. Galerias de Arte também são lugares para se ver arte, mesmo que você ainda não compre, você pode entrar e olhar o que está exposto, é muito difícil uma galeria não ter algum de seus representados exposto. Assim como os museus elas são especializadas em algum tipo de linguagem, tipo artístico etc. há, por exemplo, galerias com foco em fotografia, outras em gravuras, arte moderna, arte contemporânea, novos artistas etc. Podemos frequentar arte também em igrejas (em São Paulo, por exemplo, as igrejas tombadas Igreja das Chagas do Seráfico Pai São Francisco, Mosteiro da Luz, Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Basílica Nossa Senhora do Carmo entre outras), instituições e centros culturais (por exemplo, em São Paulo, CCSP - Centro Cultural São Paulo; Instituto Tomie Ohtake; Instituto Moreira Sales etc.) e mesmo museus históricos, que, não raro, possuem algumas obras de arte (como o Museu Paulista, mais conhecido pelos paulistas como Museu do Ipiranga).
Passo 3: aprender sobre o mercado de arte.
Conhecer "quem é quem" no mercado de arte - galerias, antiquários, leiloeiros, casas de leilões, escritórios de arte etc. - e entender o papel de cada um, bem como cada um comercializa obras de arte é um jeito de diminuir imensamente o risco de "comprar errado", ou seja, ser enganado e comprar falsificações, cópias como originais, obras roubadas etc. Acompanhar notícias sobre o mercado, entender suas oscilações, que artistas e fases estão sendo mais ou menos valorizadas, como e porque essas oscilações se dão é uma boa maneira. Para acompanhar preços de obras de arte você pode assinar o Catálogo das Artes para ter acesso a uma plataforma de cotação de obras de arte brasileira. Há também similares internacionais, como a Artsy, que é uma artech (startup com foco em democratizar o conhecimento sobre mercado da arte internacional), e a tradicional ArtPrice (acesso também via assinatura).
Passo 4: exigir documentação sobre a obra de arte comprada.
É muito comum a comercialização sem documentação, ou com documentação que não garante a autenticidade da obra de arte. E, mesmo parecendo uma pechincha, pode ser o famoso 'barato que sai caro'. Pois você pode estar adquirindo um falso, uma cópia que tem pouco valor, ou mesmo uma obra roubada (que é o pior dos cenários).
Quais documentos devo exigir?
O mais importante é um certificado de autenticidade gerado pelo próprio artista, especialmente se você será o primeiro dono da obra. Caso seja uma obra com valor histórico e sem essa certificação, você pode exigir uma documentação da vida prévia dessa obra, isto é, quem foram os donos anteriores (certificados de transferência de propriedade, por exemplo), documentos de empréstimo para exposições nas quais já participou (documentação museológica, laudos, catálogos em que a obra aparece etc.), entre outros documentos. Se por um acaso a obra não tiver nenhuma documentação, isso não inibe ela ser um original não conhecido publicamente do artista, mas é necessário contratar um perito antes para que não compre 'gato por lebre'. O perito irá vasculhar a vida da obra, verificará suas características estéticas e estilísticas, e, se necessário, fará estudos físico-químicos para atestar o período, antiguidade e materiais usados na obra.
Esses quatro passos podem te ajudar a construir uma coleção de maneira mais segura, sem cair em armadilhas do mercado de artes e antiguidades. Como a H.O. Perícia em Artes pode te ajudar? Nós podemos te ajudar a escolher peças de boa qualidade, com um bom custo-benefício, e seguindo o seu gosto por arte. Formando assim uma coleção que seja um prazer para usufruí-la, com valor de mercado, e sem enganações que acontecem a todo tempo no mercado das artes e antiguidades.
Tem interesse nesse tipo de assessoria da H.O. Perícia em Artes? Entre em contato conosco via whatsapp: 019 981120393.
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